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Hip Hop para os juiz-foranos

Do Rap ao Grafite, cultura Hip-Hop ocupa espaços públicos na cidade e vem crescendo com força em Juiz de Fora.

    Iniciado nos Estados Unidos na década de 1960, o movimento Hip-Hop surgiu como uma espécie de cultura das ruas, através do qual as classes menos favorecidas reivindicavam seus espaços e vozes na periferia, além de ser um movimento de reação contra a violência e os conflitos sociais. Ao chegar ao Brasil, o Hip-Hop também assumiu o caráter de voz da periferia, havendo também uma intensa abordagem de discussões relativas ao preconceito racial e exclusão social. 

Arquivo pessoal

O Rap é um dos elementos que compõem a cultura Hip-Hop. Ele é a música realizada por MC’s e DJ’s e possui uma proposta de reflexão através de temas que são pertinentes para a coletividade. A Batalha de MC’s é um dos formatos em que são agregados verdadeiros manifestos políticos. Entre rimas e o som dos DJ’s, as batalhas muitas vezes acontecem mediante um tema predeterminado, cabendo aos MC’s desenvolverem o ponto e alcançarem as melhores rimas e reflexões.

O juiz-forano MC Oldi, em uma apresentação

     Em Juiz de Fora acontece o Encontro de MC’s, que pretende levar a cultura Hip-Hop em praças públicas e outros espaços abertos da cidade, através de Batalhas de MC’s e da batida dos DJ’s. MC Oldi faz parte da organização deste encontro, que teve início em fevereiro de 2011, na Praça Antônio Carlos. Segundo ele, o movimento tem o intuito de fomentar a arte do improviso, além de divulgar a cultura Hip-Hop para os que passam nos espaços públicos. Oldi acredita que as praças e demais locais públicos são espaços que devem ser ocupados e representam toda a diversidade de uma população.

 

     Giovani Verazzani, um dos frequentadores do Encontro, acredita que ele é importante justamente por acontecer na rua. "Isso permite uma maior aglomeração de pessoas e abre espaço para aqueles que não conhecem a cultura Hip-Hop para passarem a conhecer”. Giovani afirma ainda que o Rap o auxiliou a formar uma visão mais crítica de sua realidade. 

     Na expansão do movimento, necessidades são criadas para a sua manutenção, o que muitas vezes pode fazer com que ele passe também a ocorrer em locais fechados. “Geralmente, os grupos usam o evento fechado para arrecadar um fundo maior para trabalhos futuros. Ele vem para dar um suporte financeiro para os próprios DJ’s e MC’s”, afirma Giovani Verazzani ao ser perguntado sobre esse deslocamento.

 

     O Black Gold Bar, localizado na Avenida Brasil, em Juiz de Fora, é um desses locais privados para onde migra frequentemente as batalhas de MC’s. O fato de ocorrerem eventos fechados também acaba contribuindo para que os trabalhos dos MC’s e DJ’s sejam valorizados.

As mulheres no Hip Hop

     “Eu acredito que estar participando como mulher é importante para poder divulgar o Hip-Hop como um espaço para todos”, declara MC Tainá ao ser questionada sobre a participação das mulheres no Hip-Hop. Como em outros setores artísticos, a atuação da mulher como B Girl, MC’s, DJ’s e grafiteiras ainda é restrita. Em Juiz de Fora, isso não é diferente, porém o crescimento do público feminino vem crescendo na medida em que as mulheres estão se interessando pelo rap e comparecendo aos eventos.

     Chris Assis, estudante de pedagogia da Universidade Federal de Juiz de Fora é atuante no Hip-Hop há dois anos, além de idealizadora do projeto Educarte - Hip-Hop e Educação. Ela afirma que a mulher ainda não está tão presente na cultura Hip-Hop mas que o cenário vem melhorando com uma maior participação nos eventos.

 

    Conhecida como “Pequena”, Fernanda é grafiteira e também faz parte da cultura Hip-Hop, Assim como Cris, Pequena integra um projeto que leva a cultura Hip-Hop para as escolas. Fernanda diz ser um das únicas grafiteiras da cidade, mas acredita que o cenário do Grafite e da cultura Hip-Hop no Brasil é  promissor. "A participação das mulheres é cada vez maior nessas manifestações", afirma.

© 2014 Cultura nas Ruas. 

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