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Arte urbana ganha destaque nas ruas, paredes e faixas de Juiz de Fora

     Quem anda pelas ruas de Juiz de Fora possivelmente se depara com grafites em paredes de prédios, muros, quadras e em outros, talvez possamos dizer, “tipos” de tela. Essa forma de arte que nasceu nas ruas, cresceu e continua morando lá. Cada vez mais ganha espaço nos grandes centros urbanos e, de certa forma, é marca registrada dessas grandes cidades. Nova York, Londres, Paris, Munique, Barcelona, São Paulo, Buenos Aires, são exemplos de cidades onde o grafite tem forte presença.

 

     O termo grafite vem do italiano graffiti e é usado para designar alguns tipos de inscrições feitas em paredes no Império Romano. Na Idade contemporânea essa palavra foi ressignificada e passou a representar uma forma de expressão artística inserida no campo das artes visuais, mais especificamente na Street Art ou Arte Urbana.

 

      O grafite como conhecemos hoje, começou a se estabelecer no final da década de 60 e início da década de 70, mais fortemente nas ruas de Nova York, nos Estados Unidos. Jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes como uma espécie de marcação de território e, a partir daí, as formas gráficas dessas marcas foram evoluindo.

 

     Apesar de despertar nos Estados Unidos, foi a partir de Paris que o grafite se espalhou pelo mundo. Em maio de 1968, os muros da “Cidade Luz” serviram como tela para inscrições de cunho poético-político, atos inseridos dentro do movimento de contracultura. Esse evento fez com que a arte do grafite se generalizasse em diversos países, com diferentes contextos, tipos e estilos. Um desses contextos foi o movimento Hip Hop, que criou laços mais fortes com o grafite e encontrou nele a forma de expressar problemas sociais, reivindicações e realidades urbanas.

 

     No Brasil, o grafite foi introduzido na década de 70, no principal centro urbano do país: São Paulo. Os grafiteiros brasileiros, insatisfeitos com a forma e o estilo vindos dos guetos dos Estados Unidos, desenvolveram seu próprio estilo e acrescentaram características que fizeram, e fazem até hoje, o grafite “verde e amarelo” ser um dos mais apreciados pelo mundo.

 

     Os grafiteiros mais famosos no Brasil são os gêmeos Eduardo Kobra e Ramon Martins. No mundo podemos destacar artistas como Banksy (Inglaterra), Kurt Wenner (Alemanha), Eric Grohe (Estados Unidos), Smug (Escócia) e Edgar Mueller (Alemanha).

 

     Em Juiz de Fora, essa arte está ligada a diversos projetos sociais e escolas e vem ganhando força com a Associação Juizforana de Hip Hop. O grupo surgiu em 27 de julho de 2010 e, desde então, vem promovendo diversas mostras de grafite, oficinas, festivais, em Juiz de Fora e em outras cidades da região.

 

     Um desses projetos foi o “Arte na Faixa”. Grafiteiros da Associação se reuniram para realizar pinturas em dez faixas de pedestres ao longo da Avenida Rio Branco e em alguns pontos da Avenida Getúlio Vargas.

Foto: Felipe Carvalho

     O “Arte na Faixa” é uma operação da Secretaria de Transporte e Trânsito de Juiz de Fora (Settra) e teve como objetivo principal orientar a população da necessidade e segurança de se atravessar na faixa. Confira a seguir uma entrevista com Renata Vianna, supervisora de projetos de educação para o trânsito.

      Pedro Henrique dos Reis Jerônimo é grafiteiro e integrante da Associação Juizforana de Hip Hop. Ele participou das intervenções realizadas nas faixas de pedestres e no vídeo a seguir conta um pouco mais sobre sua relação com o grafite.

     Apesar de cada vez mais popular, o grafite ainda é vítima de muitos preconceitos. No vídeo a seguir você confere algumas opiniões de pessoas sobre o grafite, essa arte que vem fazendo de Juiz de Fora uma tela a céu aberto.

     O grafite possui uma terminologia própria e muito do vocabulário é composto por palavras em inglês. Para conhecermos melhor este universo entre muros, latas de spray e tinta, é interessante entender alguns dos termos usados pelos grafiteiros.

 

  • 3D - Estilo tridimensional, baseado num trabalho de brilho/sombra das letras.

  • Asdolfinho - Novo estilo de grafite desenvolvido por americanos, no qual é visado a pintura animal.

  • Backjump - Comboio pintado em circulação, enquanto está parado durante o percurso (numa estação por exemplo).

  • Bite - Cópia, influência direta de um estilo de outro writer.

  • Bubble Style - Estilo de letras arredondadas, mais simples e "primárias", mas que é ainda hoje um dos  mais presentes no grafite.

  • Characters - Retratos, caricaturas, bonecos pintados a grafite.

  • Crew - "Equipa", grupo de amigos que habitualmente pintam juntos e que representam todos o mesmo nome.

  • Cross - Pintar um grafite ou assinatura por cima de um trabalho de um outro writer.

  • Kings - Writer que adquiriu respeito e admiração dentro da comunidade do grafite. Um estatuto que todos procuram e que está inevitavelmente ligado à qualidade, postura e anos de experiência.

  • Roof-top - Grafite aplicado em telhados, outdoors ou outras superfícies elevadas. Um estilo associado ao risco e ao difícil acesso mas que é uma das vertentes mais respeitáveis entre os writers.

  • Spot - Denominação dada ao lugar onde é feito um grafite.

  • Tag - Nome/Pseudónimo do artista.

  • Wild Style - Estilo de letras quase ilegível. Um dos primeiros estilos a ser utilizado no surgimento do grafite.

  • Writer - Escritor de grafite.

     Agora tente fazer suas próprias criações na arte do grafite! O site Graffiti S.W.A.T disponibiliza diversos planos, pinceis, tintas, numa plataforma digital de criação de grafite, e depois você pode salvar seu trabalho. Acesse o site: http://www.graffitiswat.com/ e boa arte!

 

     Nós já fizemos nossos grafites. Confira na galeria a seguir!

© 2014 Cultura nas Ruas. 

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