
Calmaria em meio ao protesto
por Vaninha Black
Por volta de dez horas da manhã de uma bela e fresca quarta-feira, 08 de outubro, ensolarada, de
forma tranquila eu estava descendo a rua Halfeld, para resolver problemas no centro. Como a
parte de cima da Rua é residencial, ela é bastante tranquila, só fica um pouco mais movimentada nos horários de entrada e saída dos alunos do Academia. Até que de repente escutei uma voz vinda de um alto-falante, comecei a apressar meus passos até saber o que estava acontecendo.
Cheguei em frente a Câmara Municipal, vi uma pequena aglomeração em volta de um pequeno caminhão com a bandeira da Cut. Perguntei a algumas pessoas sobre o porquê do manifesto. Eles
me responderam que a razão do manifesto era o fim da produção de caminhões pela Mercedes-Benz de Juiz de Fora. A produção de caminhões é a grande renda da sede da indústria em Minas. Com o fim da produção, a função se mantém apenas na filial de São Paulo. A partir de 2016, a filial mineira passa a produzir somente pequenas peças. Outro funcionário ainda me informou que atualmente a Mercedes possui 800 funcionários diretos, e com o fim da fabricação de caminhões, eles seriam demitidos.
Em meio a esse protesto, as barraquinhas estavam lá presentes e dentre elas me aproximei da mais próxima a mim. Era uma barraquinha que fazia trabalhos manuais. O nome dela é Verônica, ela me explicou que estava lá há dois anos, desde que se aposentou. Ela trabalhou no comércio por mais de 30 anos, mas desde os 10 anos de idade gostava de fazer trabalhos artesanais. Verônica ainda explicou que as barraquinhas ficam lá de 09h até as 16 hrs, horário determinado pela Prefeitura da cidade. Ainda me contou que todos os outros camelôs chegam lá no mesmo horário, porque as barraquinhas ficam guardadas na prefeitura.
Essa foi a minha rápida passagem pela rua Halfeld.
A primeira impressão é a que fica?
por Vaninha Black
Sexta-feira, 17 de outubro, por volta das 18h30, eu e Igor chegamos na rua Halfeld, encontramos
com o Jordan antes de atravessar a avenida Rio Branco, e depois encontramos a Jéssica no
Pirulito do Calçadão, o ponto de encontro de muitos juizforanos.
Andamos em busca de um cara que fazia quadros e terminava a sua arte colocando fogo. Na altura ente a Batista e a Getúlio Vargas eis que o dito cujo estava lá. Antes disso, tinha um outro carinha fazendo a mesma coisa, e chegamos a nos enganar. Porém, o Jordan, que já tinha visto quem era, percebeu que não era quem a gente procurava.
Ao encontrarmos nosso personagem, ele estava rodeado de algumas pessoas. Miguel é natural do México. Ele é pai de uma menina linda, que estava lá naquele dia. Cada quadro do artista é vendido por R$ 30,00 e dois quadros saem a R$ 50,00. Tivemos que pagar o quadro para ele nos permitir filmar seu trabalho e nos conceder uma entrevista, e com certeza valeu a pena. Enquanto ele fazia a arte algumas pessoas ficavam ao redor para apreciar a agilidade e criatividade do mexicano. O quadro ficou lindo e é difícil descrevê-lo.
Fomos depois conversar com o Cris, um hippie que, entre outros artesanatos, vende filtros dos sonhos. Segundo ele, há uma lenda indígena que conta que nos períodos de guerra os pajés pediram que para cada um em sua oca fizesse um circulo com cipó, que filtraria os sonhos das pessoas e impediria que de elas tivessem pesadelo. Era o filtro dos sonhos.
Após a conversa com o Cris, despedi-me do resto da galera e continuei a minha caminhada pela rua.
Percebi que o Cine-Theatro estava em festa, pois haveria uma apresentação da cantora Sandra Portela, lançando o seu CD, e uma grande fila se formava. Isso é extremamente positivo e valoriza os talentos locais da cidade. Esse era o meu pensamento ao ver como que rapidamente a fila cresceu.
E por fim, no meio do Parque Halfeld vi um monte de jovens, a maioria na faixa etária entre 15 a 20 anos. Fui me aproximando e descobri que era a Batalha de MC’s, fiquei observando o quanto era envolvente o evento, que era dividido em rounds. A criatividade das rimas, ou a falta dela, ao meu ver era a maior diversão. Depois disso segui meu caminho, alguns barzinhos já abertos com alguns poucos clientes e nada demais, nada de atrativo, talvez seja o horário em que passei. Percebi que quanto mais eu subia mais vazia, deserta e silenciosa a Rua Halfeld ficava.