RUA HALFELD, CORAÇÃO DE JUIZ DE FORA
Por Vaninha Black
Maria Júlia Soares é natural de Piumhi, cidade do interior de Minas. É estudante de fisioterapia na UFJF e mora na rua há um pouco mais de dois anos. Ela conta que decidiu morar na rua não por gosto, mas por necessidade. "Vim pra cá porque tinha vaga no apartamento, mas eu já tinha a pretensão de morar no centro algum lugar que tivesse perto do comércio, supermercado, farmácia, ponto de ônibus e também queria ficar no centro por causa do movimento, pra voltar a noite das aulas."
O que mais chama atenção na rua, segundo Maria Júlia, é a facilidade do acesso aos mais diversos serviços e as opções culturais, além de abrigar o Parque Halfeld e ser um ponto de encontro de diferentes pessoas

Maria Júlia na Halfeld
A futura fisioterapeuta ainda comenta algumas curiosidades que ela percebe ao transitar na Halfeld. “Eu me divirto muito com os idosos que estão sempre no Parque Halfeld, jogando dama, xadrez, buraco. Tem também muitas pombas, elas me atropelam, passam no meio das minhas pernas, eu desvio da debaixo e a de cima me acerta", conta ela rindo.
Ela define a rua com o olhar de quem veio de uma cidade de aproximadamente 33 mil habitantes. “A Halfeld é o coração de Juiz de Fora. A cidade pulsa daqui pra frente.”
Maria Júlia mora junto com mais duas estudantes, uma delas é a Mariana Costa Silva. Ela é esteticista, natural do município de Tabuleiro (MG). Mora há quase sete anos na rua, mas sempre vinha visitar a cidade pois sua avó morava aqui, no apartamento no qual reside. Para ela, a percepção é de que “ Todo mundo se encontra e passa por ela. Não tem ninguém que não conhece, ninguém que não foi, todo mundo já passou um dia, é a diversidade.”

Mariana Costa
Ao fazer um paralelo da sua cidade com a Rua Halfeld, ela afirma que não há muitas semelhanças, mas o Parque soa como uma leve lembrança de sua terra natal. “Sou de Tabuleiro, da zona rural dela. Não tem nada que uma coisa lembre a outra, lá é muito pequenininho então quando eu mudei pra Juiz de Fora eu senti um choque porque era muito central, muito movimentada, eu saia era bem nova, ficava até meio assustada com aquilo tudo, e o parque Halfeld é o lugar que eu sentia assim por mais que frequente pessoas 'estranhas', eu me sentia mais ou menos em casa, tem árvore e é mais sítio. É uma coisa gostosa da rua.”